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segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Alteradores de estado em: Mauritsstadt Dub (Candeeiro Records, 2005)



Em 2005, Mauritsstadt dub saía pelo Candeeiro Records, pequeno e
significativo selo pernambucano. Álbum duplo que até hoje não teve seu
reconhecimento merecido, trata-se de uma compilação que vê e revê a música de
rua do Recife e de seus arredores. O projeto faz conexão entre 10 mestres
populares e uma rede de produtores musicais contemporâneos da cidade, além de colaboradores
de São Paulo e Nova York.


Alteradores de Estado em Mauritsstadt Dub Vol. 1 (2005)

Disco 1/Versão Roots: 

01. Forró de Aliança - Mestre Salustiano 
02. Toada de Cavalo Marinho - Boi Brasileiro de Itaquitinga
03. Quem me Deu Fui Lia - Lia de Itamaracá 
04. Recife D'Água - Zé Neguinho do Coco 
05. Roda, Rodete, Rodeando - Caju e Castanha 
06. Música de Cabloco Tocada no Pifano - Banda de Pífanos Dois Irmãos 
07. Juntando Côco - Dona Clida do Côco 
08. O Passarinho - Seu Bezerra 
09. Na Mais Alta Montanha da Saudade Te Espero com Toda Paciência
10. Macaco - Naná Vasconcelos  

Disco 2/Versão Dub:

01. Forró de Aliança - Mamelo Sound System 
02. Toada de Cavalo Marinho - Scott Hard 
03. Quem Me Deu Foi Lia - Pupillo 
04. Recife D'Água - DJ Dolores 
05. Roda, Rodete, Rodeando - Kassin e Berna Ceppas 
06. Música de Cabloco Tocada no Pifano - Capenga Sample 
07. Juntando Côco - Instituto 
08. O Passarinho - Fred Zero Quatro e Buguinha Dub 
09. Na Mais Alta Montanha da Saudade/ Te Espero com Toda a Paciência - Apolo 9
10. Macaco - Fábrica 

Bônus Track:

11. Forró de Aliança - Arto Lindsay e Melvin Gibbs 



LEIA!

O título faz referência à Cidade Maurícia – ou Recife à época da ocupação
holandesa (1630-1654) –, ocasião em que os pernambucanos experimentaram pela
primeira vez o cosmopolitismo e o uso avançado da tecnologia. Além dos resquícios
arquitetônicos do Brasil holandês, a reconquista entrou no imaginário como
recordação de um tempo fabuloso e quase mítico, como aponta o historiador
Evaldo Cabral de Mello. 

Mauritsstadt dub é mão e contramão. Recife de dentro pra fora. Olhares
voltados para si e para o mundo. A Mauriceia que se divide entre a tradição
musical das ruas e a música das máquinas. 
Em meados dos anos 2000, o álbum revelava uma nova maneira de registrar
e se relacionar com os artistas populares. Sessões de gravação em estúdio “pop”
colocavam esses músicos em outra categoria. Depois, os “ecos” de sua música,
revista e sampleada por um time de notório conhecimento. 

Sem falar na ideia de ter o dub como ponto de partida para a recriação,
evento que faz conexão a outros periféricos americanos ou a uma pequena ilha no
Caribe, onde o “duplo” foi inventado nos anos 1960 a partir do emprego de baixa
tecnologia. 

O objetivo do disco é colocar lado a lado artistas populares e representantes
(de peso) da música pop. “Era uma forma da gente tirar essas pessoas daquele
estigma de que o artista popular tem que ficar no interior, na sua casinha e
vivendo de outras coisas. A gente tentou mudar isso com a cena dos anos 90, com
o manguebeat. A gente tentou resgatar essas pessoas e mostrar para o mundo que
essa cultura pode transitar tranquilamente pelo universo pop”, diz Pupilo,
percussionista da Nação Zumbi e um dos produtores do álbum, em entrevista ao
programa veiculado originalmente em abril de 2005. 

“Isso é coisa do desenvolvimento da cultura popular”, diz Mestre Salu
(1945-2008), ícone do movimento mangue. “Eu mesmo não esperava que a cultura
popular fosse chegar no nível que alcançou hoje. O povo pesquisando, gravando e
tocando nas melhores rádios dos Estados Unidos, do exterior, e fazendo
sucesso”, avalia o “Mestre de Chico Science”, em longo papo que travado em
Garanhuns em julho de 2001.

Maquinado - Mundialmente Anônimo: O Magnético Sangramento da Existência (Tratore, 2010)


Em seu segundo disco solo o também guitarrista da Nação Zumbi, Lúcio Maia | Maquinado nos entrega um disco imerso em suas tradicionais guitarras repleto de efeitos eletrônicos e psicodelia. Comparado ao trabalho anterior – O Homem Binário (2007) – Mundialmente Anônimo se mostra muito mais orgânico dando espaço para que o músico se afunde em experimentalismos simples porém geniais.

O álbum conta com duas releituras no melhor estilo Maquinado. A primeira você recebe logo de cara com a faixa Zumbi de Jorge Bem Jor. A outra é Super Homem Plus, dos conterrâneos do Mundo Livre S/A repleta de ruídos e efeitos fazendo com que a faixa pareça fruto original de Maia. O músico chama ainda Lurdez da Luz (Mamelo Sound System) para emprestar os vocais na suingada Tropeços Tropicais, um dos melhores momentos do álbum. O acerto também está nas faixas em que o músico solta sua voz como Pode Dormir e Bem Vinda ao Inferno. Um disco intenso e dançante no melhor estilo Lúcio Maia.


Maquinado - Mundialmente Anônimo: O Magnético Sangramento da Existência (2010)

01. Zumbi (03:23)
02. Dandara (02:33)
03. Bem Vinda ao Inferno (02:46)
04. Super Homem Plus (05:12)
05. Tropeços Tropicais (Part. Lurdez da Luz) (03:00)
06. Pode Dormir (03:42)
07. Provando a Sanidade (02:26)
08. Recado ao Pio, Extensivo ao Lucas (03:14)
09. Girando ao Sol (03:23)
10. SP (03:23)



+info:

Ciência Rimática - A Sinfonia que atrai Os Ratos para Órbita da Destruição



Ciência Rimática é uma banda carioca de Rap experimental, formada por: Emerson Facão "The Bigknife", Fabrício White, Alexandre Tigrão "BigTiger" e DJ Mohamed, na mesma época em que foi concebido este trabalho clássico e tão único se comparado aos demais.

A Sinfonia que atrai Os Ratos para Órbita da Destruição nos traz instrumentais cheios de psicodelia e participações que dispensam comentários, além do clássico hino "A Grande Aliança" com participação de alguns dos pilares da fundação do Hip Hop Rio: Marcelo D2, Dom Negrone, Aori, Slow da BF, La Taj Mahal, Mistério e Damien Seth, boa viagem...

01 A VIAGEM (03:09)
02 GREENPEACE (03:36)
03 O DRAGÃO E O TIGRE (04:35)
04 A GRANDE ALIANÇA (Part. HIP HOP RIO ALL STARS) (11:47)
05 EU NÃO, TU NÃO, ELE NÃO, NÓIS SIM... (03:33)
06 A FLAUTA MÁGICA (Part. BLACK ALIEN) (05:58)
07 TEMPOS MODERNOS (05:16)
08 A DESCONSTRUÇÃO DO SAMBA (04:57)
09 ÓRBITA DOS RATOS (02:14)
10 COMEÇO DO FIM (Part. SHAWLIN) (06:14)
11 GOD FATHER DOMINANDO O ESPAÇO SIDERAL (04:48)
12 A GRANDEZA DAS COISAS SIMPLES (05:25)
13 TERROR NO RIO (02:12)


+info:

Dukes - Íntimo (2014)


Com a palavra Dukes:

Em resumo, este trabalho foi elaborado a partir da necessidade de me expressar sobre o que vivo e o que me rodeia, com isso, concluo que as relações sociais são fundamentais para o crescimento de cada indivíduo.

Dukes - Íntimo (2014)

01. Cicatrizes (02:36)
02. Eu, a beleza e você (02:40)
03. Adeus (02:52)
04. O que me restou (02:53)
05. Flor de aço (03:53)
06. Tudo ficou claro (04:02)
07. Sentimento vivo (02:37)
08. As coisas que possui acabam te possuindo (03:26)
09. Vem me ajudar (01:43)
10. Última gota (02:54)
11. A morte não é o fim (02:45)

Todas as letras e instrumentais por Dukes 

Gravado e mixado por Leleco San no Studio Kasa