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sexta-feira, 24 de abril de 2009

Poezia Krua: Aracnídeo.

ARACNÍDEO.
(sensação de sufocação).

Cômodos úmidos
Únicos motivos pra escrever
Não me esquecer
Quem eu fui e nem quem eu sou
Pra onde eu vou?
Se o show tem que continuar
O ar que respiro é puro delírio
Fumaça de cigarro e garrafas vazias
Cadernos de Poesias
Aracnídeos passeiam sobre tudo e todos os restos na mesa
De certeza só o agora, a vontade é de ir embora
Embora as teias me façam pensar que não vou conseguir passar batido
Ser lembrado mesmo que forçado a isso
Amarrado ou detido atrás de grades
Algumas tardes a frente
E a mente vaga
Procurando uma vaga, um lugar entre elas pra entrar
Voltar atrás ou avançar um pouco mais
Ficar parada ela não pode
Parada facilmente a mente explode
Então movimente o pensamento
Expulse os aracnídeos
E limite o crescimento das teias
Mas não as elimine por completo
As teias são uma dimensão entre o chão e o teto
Entre o abstrato e o concreto
A sensação de ilusão, entre luz e escuridão
A certidão de culpa pela negação
De quando peço e ouço não
Com os olhos em direção ao luar
E tudo e todos que me fazem continuar...
Ar...
Preciso de ar
Respirar é preciso
E talvez o paraíso não esteja realmente em um comprimido.
***

por Bruno G. dos Santos.
***
OBS: Poezia Krua é o nome de um trabalho (sonoro) que estou desenvolvendo e se tudo correr bem estará nas ruas em breve, então estou deixando aqui uns trechos das primeiras composições feitas para este projeto, ainda está muito recente para especificar as datas, mas estou correndo pra que isso se torne possível o quanto antes, enquanto isso espero que dêem opiniões e façam críticas também, pois dessa forma estarão contribuindo muito para que este projeto se realize duma maneira mais clara e objetiva, desde já lhes agradeço pelo apoio e compreensão (ou não) rsrsrsrs...
Paz à Todos Vocês!

Poezia Krua: Impressões.


IMPRESSÕES.

A anestesia
Cada vez mais freqüente
A lucidez
Cada vez mais ausente
A mente caminha por onde o pensamento soa confuso
O abuso é tudo o que lhe resta pra esquecer
Ao se abster do peso duma realidade que tanto atormenta
Em câmera lenta
A consciência lamenta ter de estar ausente por tanto tempo
Empolgado
Não distingue quando está realmente inspirado ou entorpecido
Tudo é tão parecido
Tudo é tão distorcido
Mal se sabe até onde será conduzido
Seduzido por goles e sorrisos
(estão rindo de mim ou pra mim?)
Os bares estão sempre cheios
Devaneios intermináveis
Todos parecem tão agradáveis
Amáveis mal-amados
Enganados
Caminham apressados pro mesmo fim
Quem dera imaginassem que não seria tão bom assim
Apenas depressões
Por não suportar as pressões dos padrões
Impressionantes impressões
Seqüelas evidentes
Corpos e mentes em conflito
Aflitos, sem nome e nem paradeiro
Todos querem ser o primeiro
Mas quando chegam em segundo
O mundo os engole
E gole após gole
Essa sede nunca termina.
***
por Bruno G. dos Santos.