Carlos Antonio Bezerra da Silva, dito Totonho é compositor, produtor e cantor, nasceu em 1964 na cidade de Monteiro, na Paraíba. Lá foi vendedor de buchada de bode e assistiu à muitas cantorias de repentistas da região. Foi quando teve seu primeiro contato com a música. "Minha casa vivia cheia de gente, então me acostumei a vê-los pela casa. Você sabia que Monteiro foi durante muito tempo considerada a Meca dos repentistas nordestinos?" Com nove anos de idade, Totonho montou a banda Os Renegados, que tocava com latas (guitarra de lata, bateria de lata e afins). "Foi ali que começou tudo e me tornei compositor". Em 82 resolveu que queria mesmo seguir a carreira de músico. Foi para João Pessoa, onde fundou o Musiclube da Paraíba, uma cooperativa de compositores por onde passaram nomes como Chico César, Jarbas Mariz e os irmãos Pedro Osmar e Paulo Ró, entre outros.Durante cinco anos, Totonho participou do projeto Tocar Por Prazer (um grupo de baixistas, guitarristas, vocalistas, compositores, etc...) cantando e tocando violão em João Pessoa. Nesse mesmo período cursou Faculdade de Arte e Educação e deu início à um trabalho social, junto às comunidades....Já premiado e conhecido como um dos melhores compositores da região, no final de 88 foi para o Rio de Janeiro fazer uma pós-graduação e tentar a vida como músico.Enquanto isso Totonho continuava compondo e em 96 abriu shows de Geraldo Azevedo, João Bosco e outros. No final do ano se uniu com outros músicos formando Totonho e os Cabra. Depois de participar e se classificar no Projeto Pixinguinha, estreou em março de 97 uma turnê por sete capitais brasileiras. Depois foi ocupando os espaços possíveis no Rio (festas, bares, circuito "alternativo baixo", todo canto como ele mesmo diz). Até que em 99, uma demo foi parar nas mãos do produtor musical Carlos Eduardo Miranda. O resultado foi o álbum homônimo Totonho e Os Cabra, que mostra bem a cara do dono. "Sou melhor compositor. Eu parto da palavra: daí faço uma frase, desmancho, faço outra, mudo, transformo, busco um sinônimo... Eu sou tipo um pedreiro que vai quebrando um tijolo até ele caber em sua construção."
RIO é o estado e 202 é o número do apartamento de Arthur Moura, onde também se localiza seu estúdio.
Arthur reuniu a nata do Rap Carioca e também convidou alguns MC's de outros estados, o que torna esta Mixtape um excelente termômetro para saber como está o andamento do Rap pelo nosso país, para quem ainda não conhece o trabalho de Arthur Moura como produtor essa é uma ótima chance...
01 Shanadoo - Introdução (00:52)
02 Mahal - Ser Tudo que se Pode Ser (02:45)
03 Fluxo - Nada é em Vão (03:41)
04 Manuscritos - Palavras Eternas (04:18)
05 Bacon - Paz, Justiça e Liberdade (03:29)
06 DJ Caique - Tabuleiro (01:17)
07 NJ Sallez - Campo Minado (02:15)
08 Ocultos - Lembranças e Revelações (04:01)
09 Quase Nada - Linhas Tecidas (01:54)
10 Leandro - Correria (03:05)
11 Aliança 21 - Lúdico Léxico
12 De Leve - Só Pode Ser Sonho (03:18)
13 Códigos - 1978 (02:02)
14 Fusões - Enfusão (03:07)
15 Marcelinho o Rapper - De Rolé (03:54)
16 Ralph - De Volta ao Passado (04:22)
17 Vinheta: Me Identifico (00:09)
18 Quilombo da Oeste e EJC - Constrói a Morte, Destroi a Vida (03:06)
19 Traço Finno - Sequelaz (02:32)
20 Duplamente Engatilhado - A Vida Continua (04:48)
Entre(tanto) é o primeiro trabalho do MC e produtor português Samuel Martins Torres Santiago Mira, nascido em 17 de Julho de 79 em Marvila (Lisboa), mais conhecido como Sam The Kid, lançado em 1999.
O álbum foi aclamado como um clássico do underground.
Produzido inteiramente pelo músico no 4º Mágico, este disco foi a plataforma para o lançamento de Sam para palcos maiores além de ser um marco na história do Rap português. Sam The Kid - Entre(tanto) (1999)
Sobre(tudo) é o segundo álbum de Sam The Kid, lançado em Janeiro de 2002. Um digno sucessor de Entre(tanto), o álbum teve um grande número de vendas e o single "Não Percebes" teve grande repercussão nas rádios e canais de música portugueses. Sam The Kid - Sobre(tudo) (Janeiro/2002)
É um disco instrumental e conceitual, nele Sam utiliza fontes como vinil, CD's, conversas telefônicas, acabando por criar um mundo audiofônico. O álbum foi construído a partir da história de amor vivida pelos seus pais. Sam The Kid - Beats Vol.1 - Amor (Dezembro/2002)
- Todos os beats produzidos por Sam The Kid no 4º Mágico.
- Sequenciação feita ao vivo por Sam The Kid no Loop: Studio.
- Misturado por D-Mars no Loop: Studio.
- Masterização por Joe "Dynamite" Fossard no Estúdio Next.
- Design por Cesária Martins - Loop Recordings.
Pratica(mente) foi lançado em Dezembro de 2006, dele foram lançados 3 singles "Poetas de Karaoke", "Abstenção" e "À Procura da Perfeita Repetição" que além de repercutir renderam vídeo clipes incluindo mais tarde o lançamento do clipe de "A partir de Agora". Talvez o trabalho que mais tenha rendido frutos à Sam. Sam The Kid - Pratica(mente) (Dezembro/2006)
- Gravado e misturado por Lil John, Nuno Tempero e Zé Nando Pimenta nos estúdios Índigo, Enchufada, Nascer do Som e Meifumado.
- Artwork de Phomer - Edel.
Em 2008 a Reedição de Pratica(mente) foi lançada em formato de CD duplo. O primeiro CD com o álbum original e o segundo com 17 novas músicas, incluindo remixes, músicas inéditas e novos convidados. As novas remisturas e inéditos são apresentadas como se transmitidas de uma emissão de rádio imaginária, a Flawless Radio, emitida ficticiamente na frequência 104.0, o resultado soa muito bem aos ouvidos, pois, é como se realmente estivesse á ouvir o rádio. Sam The Kid - Pratica(mente) - Reedição (2008)
01. Flawless Radio
02. LX part. 1 Week Project)
03. Isto Já é Cartão part. Regula (Remix) por João Gomes
- Produção executiva por Destino
- Masterizado por Chris Athens no Sterling Sound
- Gravado e misturado por Lil John, Nuno Tempero e Zé Nando Pimenta nos estúdios Índigo, Enchufada, Nascer do Som e Meifumado
- Artwork de Phomer 6
Ramon Moreno de Freitas e Silva, mais conhecido pela alcunha de De Leve, é um rapper do Estado do Rio de Janeiro, do município de Niterói. é comumente lembrado por suas rimas com teor debochado e críticas à mídia e à alguns profissionais do Hip-Hop brasileiro, além de misturar seu Rap com vários outros gêneros musicais. Ele é um dos membros fundadores do extinto coletivo Quinto Andar.
De Leve - Introduzindo... De Leve (2001)
01. Nego Gosta (04:07)
02. Largado (03:14)
03. Melancólico Irônico (05:13)
04. Tio De Leve (03:49)
05. Eu Rimo na Direita (02:40)
06. Vai Vendo (04:11)
07. Eu Bolo (04:25)
01. Prá Bombar no Seu Estéreo (03:10)
02. Sem Neurose (03:07)
03. Caipirinha-Man (03:54)
04. Menstruação (03:25)
05. É Ming (02:43)
06. Rapper de Mentira (03:28)
07. Essa É pros Amigos (06:13)
08. Nego Gosta (04:07)
09. Largado (03:14)
10. Melancólico Irônico (05:13)
11. Tio de Leve (03:49)
12. Eu Rimo na Direita (02:40)
13. Vai Vendo (04:11)
14. Eu Bólo (04:25)
01. México (02:40)
02. Se Liga (03:45)
03. Feipa (03:41)
04. Diploma (03:34)
05. Tema da Novela das 8 (02:46)
06. Rolé de Camelim (03:53)
07. Todo Errado (03:48)
08. Isso sim é uma piada (04:12)
09. Caô Fudido (03:31)
10. Pode Queimar (03:02)
11. Magali, Carol, Bisteca e Chuleta (04:26)
01. Sempre a Caminhar (02:36)
02. O Que Você Conta (03:34)
03. Pra Ser Feliz (03:39)
04. O Que Nego Quer (03:10)
05. Quero-Te Bem (03:28)
06. Quer Dançar (04:52)
07. Elas São Sinistras (04:26)
08. Quem Disse Que Caramujo Não Tem Coração (03:57)
09. Minha Maluca (03:57)
10. Dinhêro (03:26)
11. A Lenda (03:45)
Skype: mcdeleve (tratar c/ Leo Montanha)
contatomcdeleve@gmail.com
O Caramujo Sonolento estava bem cansado e de repente sentiu vontade de cantar sobre as figuraças que o rodeavam e deu no que deu...
Confere aí!
Caramujo Sonolento - Rastejando entre Cogumelos (2002)
01. A Lenda (03:43)
02. Du Gato em Bridge (02:45)
03. Meu Pai (tem A.K.A.) (04:04)
04. Paulinho Baleiro (03:08)
05. Pequenóquio (03:11)
06. Quem disse que Caramujo não tem Coração (03:59)
07. Rastejando entre Cogumelos (01:36)
08. Sinuca e Porrinha (02:37)
09. Vinheta (01:14)
01. Amor 100 Remédio (03:52)
02. Com Bola e Tudo (03:02)
03. Nadadora (04:26)
04. Não Te Dou (03:06)
05. Perdeu Playboy (04:21)
06. Vingativo (03:59)
07. Planeta Gordo (03:51)
E tudo o que se move Promove-se a cinética E de palavras, a fonética Encanta o auricular Lar do que se ouve Louve a Deus
E louve aos seus sentidos Até que não mais façam sentido
E que falta de sentido isso faz E que falta de sentido isso traz
Isso faz... Com que iras necessitem de ponteiros E as horas de cólera, e desejos de vingança Como herança, a quem não foi herdeiro de safiras
Como um cordeiro atirado as feras Delira Tendo a ira como amante A caminho do ouro e dos diamantes Antes, durante e depois de lapidar a tantas pedras brutas.
Primeiro trabalho solo oficial do português Keidje Lima mais conhecido por Valete com colaboração de seu companheiro de Canal 115, Bónus, é um trabalho simples mas que deixa marcas na lembrança auditiva, me recordo ainda a primeira vez que ouvi este trabalho e foi inevitável não tornar a escutá-lo novamente.
Valete - Educação Visual (2002)
01. Educação Visual (00:18)
02. Nossos Tempos (03:19)
03. Ele e Ela part. Bónus (03:26)
04. Serial Killer (04:13)
05. À Noite part. Bónus (03:43)
06. Exibicionismo (00:28)
07. Liricistas part. Adamastor, Chullage, Ace e Fuse (06:28)
08. Beleza Artificial part. Bónus e Sam the Kid (04:27)
09. Nada à Perder (04:18)
10. Pseudo MC's part. Bónus (04:05)
11. Mulher que Deus amou (03:41)
12. Chegou a Hora (03:02)
13. Freelancer (Ao Vivo) (03:32)
14. Ser ou não ser part. Bónus (03:06)
Trabalho posterior à Educação Visual, o disco Serviço Público contém uma carga bem mais pesada e motivacional voltada à revolução, seja ela interna ou externa, cada faixa tem um propósito que é sentido mas só é compreendido ao término da Anti-Herói, diga-se de passagem uma das mais pesadas do disco.
Valete - Serviço Público (2006)
01. Coisas Do Género part. Galy (00:52)
02. Serviço Público part. DJ StikUp e Selma (03:25)
03. 15 Segundos De Hugo Chavez (00:39)
04. Revelação part. Raquel Oliveira (06:00)
05. Pela Música Pt. 1 part. Bónus (02:35)
06. Pela Música Pt. 2 part. Ikonoklasta e Sam the Kid (07:25)
07. Canal 115 part. Adamastor, Bónus e DJ StikUp (05:38)
08. Subúrbios part. DJ StikUp (04:33)
09. Os Meus part. Bomberjack e Bónus (04:49)
10. Não Te Adaptes part. Selma (03:54)
11. Masturbação Mental (03:17)
12. 15 Segundos de Fidel Castro (00:42)
13. Monogamia part. Bomberjack e Sara Ribeiro (04:04)
14. Roleta Russa part. Luisa (06:56)
15. 15 Segundos de Che Guevara (00:24)
16. Anti-Héroi part. Selma (04:26)
Após um hiato de 6 anos sem lançar nenhum disco, Valete continua nos surpreendendo a cada música solta que libera, e talvez para condensar um pouco mais o efeito dos trabalhos que tem desenvolvido juntou um time de peso para compôr a Mixtape Contra Cultura, recomendo.
Valete apresenta: Mixtape Contra Cultura (2012)
01. Valete e Bónus - Damaia (1°Parte da Trilogia) (2º beat Prod. Dario) (05:03)
02. Jimmy P - Natty Dread (03:04)
03. Praga - Nha Style Eh Peso (02:41)
04. Valete, Jimmy P, Azagia e Tamin - Sente Medo (05:15)
05. Azagaia - Jihad Lirico (Prod. Milton Gulli) (03:03)
06. Tamin - O Sol A Bater (Prod. Coca e Trixx) (02:00)
07. Valete - Ainda Há Tempo (03:29)
08. Regula e Leftside - Casanova (Prod. Fyah Box) (03:30)
09. Bónus - Contra-Cultura (Prod. Kronik) (02:49)
10. Valete, Azagaia e Bónus - Refugiados (05:01)
11. 2 Caras - Frank Lucas (Prod. Triggah) (03:03)
12. Sacik Brow - Mantém Firmeza (02:44)
13. Valete - No Meu Quarto (06:40)
14. Kristo - O Próprio (Prod. Randy One) (03:16)
15. Valete - Industria Do Nada (04:09)
16. No Money, Kaly Jah e Junior Jah - Não Imaginas (02:31)
17. João Pequeno - 10 Mandamentos (Prod. João Pequeno) (01:40)
18. Tamin e Valete - José e Pilar (Prod. Nave) (02:47)
19. Sacik Brow, Valete e Praga - Pronto Para Tudo (04:04)
20. Marechal - Sangue Bom (Prod. Luiz Café) (04:10)
21. Valete - Só Quero Ser Eu (Prod. M e Sara Tavares) (02:37)
E recentemente Valete esteve em São Paulo para participar da Semana do Hip-Hop e de quebra ainda se apresentou no Vale do Anhangabaú no centro da cidade junto com Adamastor, confiram a tracklist e mais abaixo a apresentação na integra...
Sou filho de São Tomenses. No fim dos anos 70, os meus pais vieram para Portugal. Meu pai veio estudar Engenharia Electrotécnica com uma bolsa de estudos e trouxe também a minha mãe. Já namoravam nessa altura. Fui um filho indesejado, a minha mãe ganhava dinheiro a costurar em casa e o meu pai sustentava-se com uma bolsa de estudos precária. Éramos pobres comó caralho. Vivíamos em Benfica, com mais duas famílias. Uma casa de 3 assoalhadas onde viviam 11 pessoas. Era mesmo fodido. Dinheiro nunca chegava e o meu pai teve que em vários momentos abandonar os estudos para ir trabalhar 10/12 horas por dia, em qualquer biscate que aparecesse.
Cresci com o meu pai a contar-me histórias da época colonial em São Tomé e também muitas histórias do apartheid na África do Sul. Creio ter sido daí que ganhei um certo espírito inconformado. Eu e o meu mano Dudu (1 ano mais novo que eu), que também vivia comigo em Benfica e mais tarde mudou-se para a Damaia de Cima, costumávamos passar os meses de Verão numa Colónia de Férias organizada pelo Hospital de Santa Maria (mãe dele era lá enfermeira). Lembro-me que para aí no ano de 90 ou 91 estava a bater bué Mc Hammer e Vanilla Ice. Nós passávamos a vida a dançar e a cantar aquilo. Na colónia organizávamos mesmo concursos de dança para ver quem se assemelhava mais ao Hammer ou ao Vanilla. Grandes Tempos.
Uns tempos depois conheci um primo meu afastado, que vivia nos Olivais, e ele mostrou-me Public Enemy e Run DMC. Xiii aquilo era diferente, fuck Hammer e Vanilla. Sentia-se muita energia na rima, muita dureza nas palavras. Tinha 12, 13 anos, e ficava fascinado com a forma como aqueles rappers se expressavam livremente, sem medo do politicamente incorrecto, sem medo das informalidades. Também era fantástico ver o impacto que uma letra podia ter nas pessoas. Public Enemy eram quase como professores para muitos dos jovens que os seguiam.
93 foi um ano decisivo para mim, e creio que para muitos rappers portugueses. Foi quando saiu o 1º álbum de Gabriel o Pensador. Foi o primeiro álbum de rap cantado em português que eu ouvi. Aquilo era mesmo viciante. E nessa altura foi quando pensei que também queria ser rapper, mas não avancei porque não tinha estímulos, não tinha mais ninguém para partilhar os meus gostos. Vivia na Calçada do Tojal em Benfica, e naquela zona só eu é que gostava de rap. Era foda.
Em 95 conheci o Adamastor e o Sílvio, também viviam em Benfica. E aí tudo mudou mesmo, eles falaram-me do programa Repto do José Mariño na Antena 3, tornei-me ouvinte assíduo e fui também dos primeiros clientes da TV Cabo. Estava sempre sintonizado na MTV a ver o “Yo MTV Raps”. Tornei-me quase um expert de HipHop music. Conhecia todos os mc’s, ouvia quase todos os álbuns.
Em 96 já estava mesmo determinado a ser um rapper, achava já que tinha conhecimento suficiente da História para começar. O Adamastor também já tinha começado a escrever rimas e incentivava-me muito, mas lembro-me que num curto espaço de tempo aconteceram duas coisas marcantes. Saiu na rádio uma maquete de Dealema com Ace “Mafilia”, e fui ao Johnny Guitar e vi o Nigga War e os Nexo a actuarem. Pensei: “Foda-se estes gajos são muitos bons, vou rimar para quê? Para ser só mais um?”. Não tinha confiança nenhuma, abandonei a ideia de começar a rimar.
Em 97, escrevi uma rima só mesmo naquela, mostrei ao Adamastor, ele curtiu, depois também mostrei ao Vinagre (que conheci nessa altura) e ele disse mesmo que não fazia sentido eu não continuar a rimar. Provavelmente senão fosse o incentivo do Adamastor e do Vinagre nunca teria continuado a rimar. São estas pequenas coisas que às vezes traçam o destino d’um gajo.
O Vinagre apresentou-me o Sam, e em casa do Sam gravámos uma maquete os 3. O Bomberjack ouviu e convidou-me a mim e ao Sam para a mix tape dele ”Reencontro do Vinyl vol 1”. Foi talvez o momento mais feliz na minha carreira de rap. Nessa mix-tape participavam também o Sanryze, Boss Ac, Nexo, Family, PacMan etc. Alguns dos melhores rappers daquela altura. O people gostou do que rimei ali. Meu nome espalhou pela comunidade HipHop. O José Mariño também passou a minha parte algumas vezes no programa dele, e a partir daí comecei a ser convidado para concertos e outras mix-tapes. Ainda em 97, em casa do Bomberjack gravámos a nossa primeira maquete “Mundo Resignado”. Ehehe podre comó caralho, mas era a primeira, compreende-se.
Dei vários concertos, com o Adamastor, continuei a participar em mix-tapes do Bomberjack e também do Cruzfader. Nessa altura, 98 estava muito hábil a fazer improvisos. Vivi um ano na Margem Sul e lá passava as noites a fazer battles e improvisos. Algumas cenas que fiz em mixtapes foram mesmo sem escrever.
O dia mais triste nesta minha Jornada pelo rap tuga foi em 99. Foi um concerto na margem sul. Ia actuar Nexo e Canal 115 (eu e o Adamastor). Levámos o Bomberjack, o Sam e o NBC para o nosso concerto. Tínhamos ensaiado duas semanas, estava lá toda a gente do HipHop de Lisboa e arredores. Demos um grande concerto, dos nossos melhores, mas o publico simplesmente não se manifestou. Cantávamos as músicas e era silêncio total. Nem um aplauso, só faltava mesmo atirarem-nos com tomates. E mais fodido é que os Nexo actuaram a seguir a nós e arrebentaram com aquilo tudo, levaram o público à loucura. Para completar a organização nem nos pagou o cachet. Foi mesmo traumático para mim, jurei nunca mais subir num palco. Era novo, e depois daquilo abandonei praticamente o rap. Convidavam-me para concertos, participações, mix-tapes, negava tudo. Nem nunca mais me viram em festas de HipHop. Já não queria mais saber.
Pouco tempo depois tinha entrado para a faculdade, para fazer o Curso de Ciências da Comunicação, já nem pensava em fazer rap. Estava deprimido, achava mesmo que ninguém me queria ouvir. Mas quem faz rap, sabe que isto é droga dura. É mesmo difícil largar. Conheci o Bónus, vi nele inspiração, e o Adamastor incentivava-me sempre, dizia que eu era especial, que eu tinha nascido para fazer rap. Motivei-me e em 2001 decidi fazer um álbum. Não tinha um tostão, nem sabia como e onde ia gravar o álbum. Tinham aparecido algumas editoras de rap, mas nenhuma me tinha feito convite. Estava desaparecido, muitos já nem se lembravam de mim, alguns pensavam mesmo que tinha abandonado o rap. Falei com o Bomberjack e ele deixou-me gravar os sons no home-studio dele. Depois mistura, masterização, reprodução de cd’s foi tudo pago com a ajuda dos amigos. Foi dessa forma que nasceu a Horizontal.
Setembro de 2002, saiu o meu primeiro álbum “Educação Visual”. Foi pesado, superou qualquer expectativa que pudesse ter. Recebia props de norte a sul do país. Senti mesmo que tinha feito algo importante para o rap português.
Em 2004 pela Horizontal, lançámos Poesia Urbana vol 1, fiz para essa compilação um som chamado “Fim Da Ditadura”. Senti que foi um som que também que teve muito impacto, inclusive pessoas muito distantes do HipHop, vinham-me falar desse som, e de como aquela música lhes tinha tocado. Esses elogios iam-me deixando cada vez mais confiante, comecei a acreditar mesmo que fazer rap, era quase como uma missão para mim. Devia isso às pessoas que me seguiam.
Em 2006, saiu o meu segundo álbum “Serviço Público”, o álbum teve um impacto bem para além da esfera do HipHop. Foi eleito pelos leitores do Blitz como uns dos 10 melhores álbuns de toda a música portuguesa em 2006, e foi também considerado por várias publicações como uma referência da música de intervenção em Portugal. O videoclip Anti-Herói teve 4 meses no top 20 dos videoclips mais votados da MTV, e sons como o “Roleta Russa” andavam na boca de toda a gente. Com o “Serviço Público” percebi mesmo que não era um mc só para “HipHoppers”. Senti mesmo que tinha esse dom para fazer rap comunicativo e para chegar com facilidade a todas as pessoas. Estou agora a trabalhar no meu 3º álbum. Para mim será quase como um início porque nesta altura sinto que estou na minha melhor forma de sempre, e quero mostrar ás pessoas toda a minha versatilidade no rap. Depois do álbum, virão concertos, e mais projectos ligados à Horizontal. Acreditem, agora é mesmo um só caminho.
"O mundo é muito grande pra gente tentar mudar sozinho..."
Sarksmo & Choco - Para Além do Capital (2008)
01 Intro (00:38)
02 Não se fazem mais (04:20)
03 Qual o Sentido? (04:17)
04 Imensidão Pequena (03:44)
05 Fora do Contexto (02:31)
06 Por Favor (03:44)
07 Várias Coisas (03:12)
08 Herói Morre Doido (02:58)
09 Monstros (02:51)
10 Música para Suicidas (03:07)
11 Mais que eu esperava (03:04)
12 Mesmo que... (03:21)
13 Ciclo Venenoso (03:09)
14 Quantos Olhos pra me falar? (04:13)
15 Eu Pensei (02:22)
16 Me diz... (08:04)
Aos que contribuíram diretamente pra que esse trabalho se realizasse: Ogi, Dandan, Raphão, Kurru, Munhoz e Emílio; a todos e todas que estão com a gente no dia a dia (pessoas verdadeiramente importantes); a todos amigos e amigas, coletivo Kilombagem, aos movimentos que visam uma nova vida em sociedade, e aos DJ’s, MC’s, B.boys/B.girls e Graffiteiros que mantém a Cultura Hip-Hop viva. Muita força pra nóis!
Este é Sarksmo (MC/Produtor), um daqueles malucos que de tanta capacidade inventiva acabou tendo que criar alguns personagens para dar conta de tanta criatividade e "Coisas" que tinha a dizer. Eis que surge Zig Frid Bender, uma criança que assim como Sarksmo também descobriu no Rap uma maneira de expressar seu ponto de vista com relação ao que vê e ao que vive, se ainda não ouviu não perca mais tempo...
Sarksmo & Zig Frid Bender - "Coisas"
01. Ligação do Zig (01:05)
02. À todos meus (01:49)
03. Enquanto 2 mais 2 for 4 (01:32)
04. Você (02:23)
05. Minha sinceridade (02:25)
06. Campo de concentração (01:38)
07. Cuidado com seu rabo (02:52)
08. Na psicocial (02:06)
09. Passeio macio (01:45)
10. O burro e a sombra (02:17)
11. Até mais... (00:23)
12. Entre a vista (08:36)
13. Intro (01:10)
14. Apenas isso (01:37)
15. Ao seu bom dia (01:36)
16. Natal (parte 2) (01:36)
17. Festa do tru (01:21)
18. Galinha dos ovos de ouro (02:18)
19. Nada pra faze (01:33)
20. Você gosta de laranja? (01:26)
21. Ser estranho (01:36)
22. Intronetal (01:06)
23. Coisas (02:26) DOWNLOAD
E tento transmitir o calor pelas frias salas de bate-papo
Mas o papo nunca passa batido
Sempre encontro algum sentido
Mesmo na conversa mais dispersa
Algo que interessa sempre me aparece
Alguém interessante sempre parece menos interessante do que realmente é
Super interessante
Como saber que se faz heavy metal na terra do axé.
***
Por Bruno G. dos Santos.
***
Escrevi essa pra alguns amigos virtuais, em especial pra Paloma, vide: http://algumaoutracoisa.blogspot.com/ e pra todo pessoal de Salvador, sem esquecer tantas outras amizades geradas na rede e que levadas ou não pra rua, mostraram-me algum valor, ou me fizeram pensar em algo. Então como diria De Leve: essa é pros amigos...
Eis aqui um trabalho que desde que peguei não paro de ouvir, foi um amigo que me apresentou esse trampo, gostei do que ouvi e resolvi postá-la aqui pra que esse trabalho chegue o mais longe possível. Quem resolver conferir e se identificar divulgue, a cena só se expande dessa forma, é questão de um ajudar o outro.
AXL - Curta Metragem EP (2008)
01. Cena 1 (prod. AXL)
02. Curta Metragem (prod. DÖ)
03. Ouvidos Calibrados part. Hard Flow (prod. AXL)
O EP Curta Metragem conta com produções do próprio AXL e do MC/Beatmaker DÖ. Este é um trabalho independente, com conteúdo e identidade própria estampados do começo ao fim, apesar de conter apenas 6 faixas fica evidente que há muito à ser dito através desses curta-metragens
A Mixtape Caos Pessoal do rapper AXL foi lançada em 06 de Outubro de 2010 e ultrapassou a marca de 5.000 mil cópias vendidas, ganhou 2 vídeo-clipes e conta com as produções de Laudz, Skeeter, Dö e Caene, todos os Scratches são do DJ Sleep e a mix e master ficaram por conta de Luiz Café.
À quem se interessar também está disponível este mesmo disco em versão Acapella.
No dia 06 de Julho de 2011 foi lançado o álbum Quando É Preciso Voltar. Ele é um disco que resulta da parceria entre AXL e Skeeter, o trabalho conta com participações de grandes nomes do Rap Nacional, entre eles: Rashid, Rael da Rima, Fióti, Xará e Tássia Reis.
A masterização do disco ficou à cargo de Luiz Café e a arte de capa por Bruno Brito.
Em 18 de janeiro era lançada a música É Nóiz! em versão Remix com direito à video clipe com direção de Toddy Ivon além das participações especiais de Projota, Rashid, Mattenie e Kamau, produzida por Dö, com Scratches do DJ Sleep e mixagem e masterização de Luiz Café
AXL - Não, Mano! (Remix) part. Flora Matos e MV Bill (Prod. Skeeter)
E em 04 de Setembro de 2012 vem à tona uma versão Remix da música "Não, Mano!" do disco "Quando É Preciso Voltar" de 2011 produzido por Skeeter, confere aí...
Dia 22 de Dezembro de 2012 é a vez do single O Bagulho é Doidão ganhar as ruas, com produção de Laudz, mixagem e masterização de Luiz Café e a bela voz de Tássia Reis.