SUBSOLO - Ordem De Despejo (2008)
01. Intro (prod. Xará) (riscos. DJ Mako) (01:35)
02. Cidade De Mentira (prod. Lumbriga) (riscos DJ Primo) (03:42)
03. Ensaio Sobre A Cegueira (prod. Shawlin) (riscos. DJ Mako) (03:25)
04. Limpe Seu Coração (prod. Xará) (04:06)
05. Preso A Liberdade (prod. Shawlin e Lumbriga) (03:01)
06. Ninguém Ama Os Náufragos (prod. Shawlin e Lumbriga) (03:56)
07. Rio Babilônia (prod. Shawlin e Pai Lua) (03:26)
08. Trilhas (prod. Lumbriga) (riscos. DJ Castro) (03:00)
09. Papo De Futuro (prod. Shawlin e Lumbriga) (03:34)
10. Loop (prod. Lumbriga) (02:55)
11. Destruir (prod. Shawlin) (05:02)
12. Dias Em Branco (prod. Lumbriga) (riscos. DJ Mako) (03:19)
13. Ordem De Despejo (prod. Shawlin) (riscos. DJ Mako) (04:49)
14. Nem Sei (prod. DJ Primo) (Faixa Bônus) (04:09)
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Na foto (acima) a formação do coletivo SUBSOLO com os integrantes remanescentes do Quinto Andar: Matéria Prima, Kamau, Pai Lua, Mako, Lumbriga, Gato Congelado, Xará e Shawlin.
Desde sempre, a concepção que tínhamos para um disco do Quinto Andar era
a de todos participarem igualmente da parada. Mas imagine o que seria fazer
um álbum com dez caras divididos em três estados! Até convencer os próprios
integrantes de que a idéia era viável já parecia complicado. Alguns anos
depois do “Piratão” e com a saída de alguns dos integrantes fundadores, a
idéia de um disco que fosse preencher a fome de unidade do coletivo, e que
fizesse todas as diversidades convergirem em um só bloco, continuava
martelando... Decidimos então, tentar a proeza.
Fomos para um sítio no interior de SP e por lá ficamos compondo e gravando
por um mês, levando tudo o que a ocasião pedia. Juntamos o bando de
maluco sem casa que sobrou pra decidir onde geral iria morar dali pra frente.
Tudo fluiu em perfeita harmonia, todos tinham a casa dos sonhos parecida
com a do outro e não tão diferente da que morávamos. Conclusão: optamos
por ficar no mesmo prédio mas, dessa vez, sem pagar aluguel, mudamos para
o SUBSOLO onde a gente tem toda liberdade de fazer barulho, não importa a
hora.
Como onde a luz não chega, prevalece a escuridão e os tons de cinza, esse
álbum saiu mais melancólico e obscuro, sem falar que é um álbum
completamente diferente do primeiro em todos os sentidos.
Esse disco foi a realização de um sonho antigo que todos sempre tivemos em
comum, algo do qual pudéssemos nos orgulhar, algo que compensasse todas
as provações pelas quais passamos, e chega a refletir um pouco a época
conturbada em que foi gravado. Acreditamos que conseguimos mais do que
nos propusemos a fazer: os que estavam no sítio hoje viraram uma família de
verdade. Tudo o que queríamos era fazer um álbum que nos desse orgulho,
mas até então nós só tínhamos a certeza de que queríamos fazer música boa.
Inconscientemente esbarramos em uma proposta, “fazer um álbum de RAP
nacional com o mesmo nível de qualidade artística que o dos nossos ídolos
gringos, porém de acordo com a nossa realidade e o momento em que
vivemos”.
Só quando ouvimos o material que tinha sido gravado que nós nos tocamos
do que tinha acontecido. O coletivo gravou um álbum tenso, obscuro, repleto
de críticas, desabafos, poesia, e com a nossa filosofia estampada em cada
caixa. Sabíamos que ia ser um álbum não-convencional e que estaríamos
contrariando todas as regras de mercado pra um produto comercializável e,
por isso mesmo, ligamos o foda-se! Fizemos um álbum sério, mas sem adotar
um tom panfletário. Imersos em nossa música, abstraímos o mundo do lado
de fora do nosso estúdio e, na nossa mente, nos referíamos a ele apenas
como algo realmente do lado de fora, como objeto de críticas ou poemas.
Esse é um álbum que visa enxergar o Rap Nacional como algo em constante
mutação, nunca algo estagnado e inflexível. Nosso rap fala da nossa vida e a
nossa vida está em constante mudança, adaptação e evolução. O resultado
você confere nesse álbum meticulosamente elaborado e homogêneo que está
aí pra provar que, às vezes, alguns andares a menos resultam em alguns
degraus a mais.
Direto do SUBSOLO...
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