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sexta-feira, 13 de março de 2009

Lula Côrtes & Lailson - Satwa (1973)



Lula Côrtes & Lailson - Satwa (1973)

01. Satwa
02. Can I Be Satwa
03. Alegro Piradíssimo
04. Lia, a Rainha da Noite
05. Apacidonata 06. Amigo
07. Atom
08. Blue do Cachorro Muito Louco
09. Valsa dos Cogumelos
10. Alegria do Povo

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Satwa é um disco instrumental de rock regional psicodélico lançado originalmente em 1973. A maioria das pessoas só conhece o segundo disco, "Paêbirú", com Zé Ramalho. Mas o "Satwa" é tão bom quanto. Ele foi relançado pela time-lag depois de 2004. Imperdível!
O raro Paêbirú com Zé Ramalho é clássico, mas Satwa, desta vez com Lailson, é outra obra-prima do pernambucano Lula Côrtes, que não merece a obscuridade a que foi submetido por três décadas. Gravado em 1973, o disco traz a dupla tomada por uma lisergia pós-Woodstock, capaz de assustar incautos ouvintes em pleno ano 2001. Músicas como Alegro Piradissimo, Valsa dos Cogumelos ou Blue do Cachorro Muito Louco não deixam dúvidas sobre o conteúdo do vinil tosco, mas com ótimo som. Instrumental, com pequenas incursões vocais, o disco traz dez canções "produtos mágicos das mentes e dedos de Lailson e Lula", como diz na contra-capa do álbum, produzido pela dupla, mais Kátia. Além dos de Lula e Lailson, Robertinho de Recife também faz uma ponta no disco, tocando lead guitar em Blue do Cachorro Muito Louco, um blues lento e viajandão. O som predominante do disco, no entanto, é um folk nordestino/oriental, resultado da mistura da cítara popular tocada por Lula, e da viola de 12 cordas de Lailson. Algo como uma sucessão de ragas ou mantras, interpretadas por Cego Aderaldo movido a incenso, cogumelos e outros "expansores da musculatura mental", como diz Arnaldo Baptista. Fruto da cena nordestina pós-tropicalismo e/ou psicodélica, Satwa foi "curtido" nos Estúdios da Rozenblit, em Recife, entre os dias 20 e 31 de janeiro de 1973. Participam do disco, ainda Paulinho Klein, que divide com Lula as "curtições fotográficas" e o engenheiro de som Hercílio Bastos (dos Milagres). Com tiragem limitada e distribuição basicamente regional, o disco desapareceu tão logo surgiu, permanecendo como uma lenda para o restante do país. Sem reedição em vinil, e inédito em cd, Satwa ainda não entrou para o catálogo informal de cdrs que, mal ou bem, democratiza o acesso à história musical do país.

Texto de Fernando Rosa, originalmente publicado no site:

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